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poema de Christian Morgenstern
traduzido e recriado por Ruth Salles
É meia-noite exata.
Dois lobos vêm da mata.
Da mata os lobos vêm.
Vem um trenó também.
Dois lobos lado a lado,
de pelo todo arrepiado!
O condutor abala,
e o chicotinho estala!
“Dois lobos, condutor!
Vá mais depressa, por favor!”
E o condutor, atento,
as rédeas solta ao vento.
As sinetinhas soam.
Os cavalinhos quase voam.
“Dois lobos, oh, socorro!”
E o trenozinho sobe o morro.
E desce do outro lado,
desliza disparado,
e passa sobre o lago
por sorte congelado.
O gelo está quebrando!
Que bom que a margem vem chegando…
e a casa – afinal! –
do guarda-florestal,
que faz a saudação
a balançar seu lampião.
Oh, quanta, quanta paz!
Os lobos ficam para trás.
O céu, todo estrelado,
reluz enluarado.
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