16 de novembro de 2017

A casa nova

 

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peça de Ruth Salles

Esta peça, sobre a construção de uma escola, usa o tema das profissões. No fim as crianças cantam “Mudança”, de Caroline von Heydebrand, com versão minha em português.

PERSONAGENS:
Árvores, passarinhos, capim, dois meninos, dois bois, o arquiteto, o engenheiro, os criadores da escola, empreiteiro, pedreiros, carpinteiros, vidraceiros, encanadores, eletricistas, pintores, faxineiras

CORO DAS ÁRVORES:
– Neste terreno, eu ouvi dizer
que alguma coisa vai acontecer…

PASSARINHOS:
– Piu, piu, piu… Piu, piu, piu.

CORO DAS ÁRVORES:
– Os passarinhos cantam contentes.
Mas sua língua quem entende?

CORO DO CAPIM:
– Nós aqui, do reino do Capim!
Os passarinhos dizem assim:
“Quando é que chega a criançada?
E a garotada? E a moçada?

CORO DAS ÁRVORES:
– Mas criançada aqui neste mato?
Só vejo dois meninos fazendo espalhafato.

MENINOS (enxotando os bois):
– Xô! Xô! Hei-hô! Hei-hô!
Eh, boizama! Eh, boi!
Vão pastar lá do outro lado!

BOIS:
– Mas eu quero comer meu capim!

MENINOS:
– Há um capim melhor do outro lado!

BOIS:
– É, mesmo! Que capim bonito!
Eu obedeço ao que foi dito. (os bois vão para o lado)

CORO DAS ÁRVORES (enquanto o arquiteto anda de um lado a outro):
– Quem anda por aí tão inquieto?

CORO DO CAPIM:
– É o arquiteto, pensando no projeto.

CORO DAS ÁRVORES (enquanto o engenheiro desenha):
– E quem desenha agora na prancheta?

CORO DO CAPIM:
– É o engenheiro. Que ninguém se meta!
Ele está traçando uma planta,
pois só assim a casa se levanta.

CORO DAS ÁRVORES:
– A casa?! Para quê?

CORO DO CAPIM:
– Para a escola que vão erguer.

CORO DAS ÁRVORES:
– Ah… É por isso que vem criançada,
garotada, moçada…

CORO DO CAPIM (enquanto o empreiteiro vem com os operários):
– O engenheiro trouxe o empreiteiro
para dirigir os vários operários.

CORO DAS ÁRVORES (enquanto entram os donos do terreno):
– E os donos do terreno chegaram. Eu conheço.
Será que já é o começo?

CORO DO CAPIM (enquanto a cena se passa):
– Olhem! A pedra fundamental eles lançam.
E serão postos os alicerces,
porque assim a casa não balança
e para cima cresce.
(Os operários começam o trabalho, com ritmo.)

PEDREIROS:
– Nós, os pedreiros,
com pedras e tijolos,
erguemos as paredes
acima do solo.

CARPINTEIROS:
– Nós, carpinteiros,
tratamos do telhado,
de forros e batentes,
de portas e janelas,
esquadrias dos lados.

VIDRACEIROS:
– Nós, vidraceiros,
encaixamos vidraças.
Assim, o vento forte
por aqui não passa.

ENCANADORES:
– Nós, encanadores,
pomos canos por tudo.
Cozinhas e banheiros
merecem bom estudo.

ELETRICISTAS:
– Nós, eletricistas,
tratamos da fiação.
São fios e mais fios
a nossa função.
Quando a luz se acender,
todo mundo vai ver.

PINTORES:
– Com rolos e pincéis,
nós somos os pintores.
Pintaremos a casa
com as mais lindas cores.

FAXINEIRAS:
– Nós, as faxineiras,
deixamos tudo limpo,
lavando, esfregando,
varrendo, encerando.

OS OPERÁRIOS JUNTOS:
– A casa da Escola
já está terminada.
Venham, funcionários!
Venham, professores!
E que venha a criançada,
a garotada, a moçada!

TODOS (cantam; pensar no arranjo da coroa de flores)
“Passem, passem pela entrada
desta casa boa,
e de flores enlaçadas
teçam a coroa.
Tudo, tudo que ela encerra
venham ver também!
Que esta casa aqui da Terra
lhes agrade bem!”

 

 

Fim

 

 

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