7 de novembro de 2017

A Cobra Grande

 

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poema de Ruth Salles

– Rio Amazonas, a deslizar,
conta-me histórias, vem-me alegrar!

“Não vês dois olhos como faróis
e um terrível rumor depois?
É a cobra-grande! Vai de roldão
passar a noite lá no poção.

Ela navega até o Purus,
em águas pardas e águas azuis.
Ai… Lá na festa dos seringueiros
havia uns olhos tão feiticeiros…

Que moça linda! Todos olharam
tão curiosos que a assustaram.
Ela escondeu-se dentro da casa.
Vão encontrá-la de olhos em brasa!

Era a serpente toda enrolada!
Da moça linda não há mais nada.
É a cobra-grande! É a assombrada!
Quis vir à festa, veio encantada!”

 

 

***

 

 

 

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