poema de Maria Luiza Freitas Guimarães
Tema: Festa de São João – adaptação livre em verso
Há tempos que há muito se foram,
dois índios amigos viviam
em busca da caça e da pesca
e todos os seus bens repartiam.
Num dia houve extrema escassez,
a pesca e a caça sumiram,
rezaram ao Deus Nhandeyara
e um novo alimento pediram.
Então numa noite escura
em meio a um clarão prateado,
surgiu um valente guerreiro
por Nhandeyara enviado.
“Tereis vós o vosso alimento,
mas antes tereis que lutar
e aquele que for o mais forte
ao outro irá sepultar”.
Avaty, que era o mais fraco,
no embate foi derrotado
e, pelo seu fiel amigo,
seu corpo foi enterrado.
O pranto de dor do amigo
a cova de Avaty regou,
e um dia, em pleno inverno,
uma verde folhagem brotou.
E nela, espigas doiradas,
suculentos grãos escondiam,
cabelos de luz encarnada
que à luz do sol reluziam.
O nutritivo cereal
passou a ser cultivado
e, em homenagem ao Índio,
de Avaty foi chamado.
E aqui nesta noite tão bela
onde reina amor e união,
vem saborear Avaty
E celebrar o São João!
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