4 de novembro de 2017

Advérbio

 

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poema de Ruth Salles

Que nome se esconde,
não mostra onde vai?
É hoje? Foi ontem?
Adiante ou atrás?
Foi rapidamente,
ou foi devagar?

O verbo só diz
o que o homem faz.
Mas, quando? Mas, onde?
Mas, como? E que mais?
Então corre o verbo
e põe-se a chamar:

– Amigo advérbio,
venha me ajudar!

Procura-o no tempo,
no modo e lugar.

– Olá! Já cheguei!

E o que eu não sabia
agora já sei.

O trem parte agora,
vagarosamente,
a locomotiva
puxando na frente;
e bufa e apita:
– Adeus pra quem fica!
E logo começa
a andar mais depressa.

 

 

***

 

 

 

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