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poema de Ruth Salles
Que nome se esconde,
não mostra onde vai?
É hoje? Foi ontem?
Adiante ou atrás?
Foi rapidamente,
ou foi devagar?
O verbo só diz
o que o homem faz.
Mas, quando? Mas, onde?
Mas, como? E que mais?
Então corre o verbo
e põe-se a chamar:
– Amigo advérbio,
venha me ajudar!
Procura-o no tempo,
no modo e lugar.
– Olá! Já cheguei!
E o que eu não sabia
agora já sei.
O trem parte agora,
vagarosamente,
a locomotiva
puxando na frente;
e bufa e apita:
– Adeus pra quem fica!
E logo começa
a andar mais depressa.
***