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poema de Mathias Claudius traduzido e recriado por Ruth Salles
desenho de lousa da professora Verônica Calandra Martins
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Muito depois que a noite desce
e que a casa adormece
e meu trabalho é terminado,
olho o céu estrelado.
Olho as estrelas espargidas
como ovelhas no prado,
ou como pérolas seguidas
num cordão delicado.
Cintilam todas na amplidão,
fulgurantes e belas.
Jamais me basta ao coração
contemplá-las e vê-las.
Diz em meu peito ele a bater
sob o céu estrelado:
“Há algo bem mais elevado
que a dor e que o prazer.”
Eis o que busco sem cessar
do fundo de minha alma,
quando me deito a descansar
em meio à noite calma.
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