Peça baseada no poema de Hedwig Diestel.
de Ruth Salles
Os dois anõezinhos fogem do gigante. Será que se salvam?
PERSONAGENS:
Coros 1 e 2 / O anão Magrelinho / O anão Pesadão / O gigante Espalhafato / Mato (várias crianças) / Pedra da floresta (duas crianças).
Cada anãozinho leva um saco bem cheio nas costas. As crianças que representam o mato seguram ramos de folhas, que são balançados por elas para farfalhar, quando o gigante ronca, boceja ou urra.
Todos cantam no início com os coros. Depois, na parte falada, as personagens que representam se destacam do coro.
COROS (cantam):
“Magrelinho e Pesadão
onde é que vão,
a olhar preocupados
para todo lado?
Tão espertos eles são,
Magrelinho e Pesadão,
por que sentem tanto medo?
É de quem? É segredo?”
(Enquanto os coros falam, a cena se passa na frente.
Os anõezinhos pisam de leve e devagar,
enquanto o gigante dorme junto do mato.)
CORO 1:
– Magrelinho e Pesadão
seguem seu caminho;
levam prata em seu sacão,
pisam de mansinho,
pois quem mora nesse mato
é o gigante Espalhafato.
(O gigante urra, e as folhas farfalham. Os anõezinhos
se apressam andando na ponta dos pés.)
CORO 2:
– Magrelinho e Pesadão
cada um vai mudo.
Se o gigante acorda, então…
pega os dois e tudo. (O gigante ronca. As folhas farfalham.)
Ele ronca e treme até.
– Passem já, pé ante pé!
CORO 1:
– Magrelinho e Pesadão,
seu sacão levando,
quase sem pisar no chão,
correm disparando. (Os dois correm em volta da cena.)
Já se ouve o Espalhafato
bocejando lá no mato!
(O gigante boceja bem alto. As folhas farfalham.)
CORO 2:
– Magrelinho e Pesadão,
na montanha entrando,
vão subindo logo então,
seu sacão levando.
E o gigante, resmungando,
pelos dois sai procurando.
(O gigante se espreguiça, resmunga e anda.)
CORO 1 (batem com os pés no chão,
enquanto o gigante derruba as árvores):
– Raspa e rasga o brutamontes
árvore alta e baixa,
e balança tanto os montes
que uma encosta racha.
Quer pegar – que barulhão! –
Magrelinho e Pesadão.
CORO 2 (os anões empurram o gigante, que tropeça
e prende o cabelo na fenda das pedras):
– Seu cabelo desgrenhado
numa fenda emperra,
e tropeça o apalermado
com o nariz na terra.
Que danados eles são,
Magrelinho e Pesadão!
COROS 1 E 2 (enquanto o gigante volta para o mato, resmungando):
– Resmungando em diz-que-diz,
vai o Espalhafato.
Manca e esfrega seu nariz,
volta para o mato.
Sãos e salvos com o sacão,
Magrelinho e Pesadão!!!
(Os anõezinhos põem os sacões no chão e dão um aperto de mão.)