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poema de Friedrich Güll
traduzido e recriado por Ruth Salles
“O bode bale!
O bode berra!
Seu manto esfiapado
quem é que sabe
se é novo ou velho
se é largo ou apertado?”
E o bode, então:
“Meu casacão
de pelo desgrenhado
me agrada mais,
oh, muito mais
que um pano aveludado.
E não se rasga,
nem se gasta,
na moda sempre está.
Eu o vesti
quando nasci
e nunca o vou tirar.
Quem ri de mim
não sabe, assim,
que a roupa me foi feita
tão bem peluda
e guedelhuda,
e nisso é que me enfeita.
Não me envergonho,
e nem tristonho
com ela ficarei.
E, bem em frente
a toda gente,
eu sempre a usarei!”
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