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poema de James Krüss
traduzido e recriado por Ruth Salles
desenho de lousa da professora Verônica Calandra Martins
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Ouve a chama cochichando,
como estala, crepitando!
Rubra e bela, brilha a brasa,
cresce, cora e aquece a casa.
Como língua, a flama passa,
lambe a lenha e faz fumaça.
vira e volta e não se cansa.
Sobre a lenha, o fogo dança.
As faíscas fogueteiam,
tremeluzem, bruxuleiam.
Sopra a chama um brilho brusco,
já clareia o lusco-fusco.
Olha como o fogo inflama!
Quente bafo vem da chama.
Serpenteia e sobe e desce,
queima, queima e tudo aquece.
Mas, aos poucos, amansando,
todo o fogo vai baixando.
Só fumaça agora sai,
e o calor também se esvai.
Pipoqueia a brasa ainda.
E brilharia linda
se flama ainda fosse.
Mas, só de leve chia…
tremula… esfria…
Foi-se!
***