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poema de Ruth Salles
Saci-pererê
Saci-pererê,
duende encantado,
mãozinha furada,
barrete encarnado.
No redemoinho,
do meio do pó,
surgiu o negrinho
de uma perna só.
De pito na boca,
olhando brejeiro,
tramou travessuras,
entrou no terreiro.
Apagou meu fogo,
azedou o feijão,
fez trança no rabo
do meu alazão.
Puxou bem as caudas
de todos os bois,
juntou num só nó…
e fugiu depois.
Saci-pererê
só faz confusão.
Tirou a banqueta,
e eu sentei no chão.
***