18 de agosto de 2020

A lenda do alecrim

 

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autoria desconhecida

arte de Verônica Calandra Martins

Quando Maria fugiu para o Egito, levando no colo o Menino Jesus, as flores do caminho iam-se abrindo à medida que a sagrada família passava por elas.

O lilás ergueu seus galhos orgulhosos e emplumados, o lírio abriu seu cálice. O alecrim, sem pétalas nem beleza, entristeceu-se, lamentando não poder agradar o Menino.

Cansada, Maria parou à beira de um rio e, enquanto a criança dormia, lavou suas roupinhas. Em seguida, olhou a seu redor, procurando um lugar onde estendê-las.

“O lírio quebrará sob o peso, e o lilás é alto demais”, pensou Maria.

Colocou-as, então, sobre o alecrim, e ele suspirou de alegria, agradeceu de coração a nova oportunidade, e sustentou as roupinhas ao sol durante toda a manhã.

Maria, contente de ver que já estavam secas, disse:

– Obrigada, gentil alecrim! Daqui por diante, ostentarás flores azuis, para que se lembrem do manto azul que estou usando. E não te darei apenas flores em agradecimento, mas todos os ramos que sustentaram as roupinhas do Menino Jesus ficarão perfumados. Eu abençoo caule, folha e flor. A partir deste instante, eles terão aroma de santidade e emanarão alegria.

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