Jogral sobre as regiões do Brasil
jogral de Ruth Salles
A sugestão para este jogral, é que, entre cada estrofe, classes de crianças menores se apresentassem com cantos e danças típicas de cada região do Brasil. A classe pode se dividir em 7 coros.
CORO 1:
– Êh, São João,
deixe um pouco sua barca no rio Jordão
e venha ver o que fez para você
esta moçada que aqui se vê
nesta terra de sol e de praia,
de pampa que se espraia,
de mata e de flor.
Com muito amor,
a terra coleciona
o que o vento do tempo foi deixando
e a memória do povo está lembrando…
Êta jongo, cateretê, abanhenhenga!
Êta Mongo Veio cirandando em mito e lenda!
Quem foi que dançou?
Quem foi que contou?
Foi o índio, foi o negro, foi o branco?
Foi essa mistura de raça,
essa trindade que se entrelaça?
Êta bonita lengalenga,
jongo, ciranda, cateretê, abanhenhenga!
CORO 2:
– Êh, São João viajante!
Teu coração não se expande
ao passar por terra tão grande?
Olha a sudeste, a Natureza em festa,
que o violeiro canta em sua seresta.
Ouve o pronto desafio, aprecia o recortado,
o vaivém do sapateado!
– Puxa a fieira, companheiro!
Êh caixa, reco-reco e pandeiro!
CORO 3:
– Viajante, olha agora o centro-oeste,
o pantanal agreste,
o joão-de-barro, o jaburu,
o saci-pererê fazendo um sururu,
deixando na clareira e na espessura
seu rastro de travessura.
Olha o garimpeiro,
o caçador de onça brava
e o peão de boiadeiro
tocando a boiada!
Vamos, viajante, apronta a vista
e escuta a viola do repentista!
CORO 4:
– Vamos agora para o norte, viajante,
lá onde a pororoca é alucinante,
onde o Amazonas ao sol dourado
é uma lista de prata
riscando o verde da grande mata!
Olha o boi, olha o boi, olha o boi bumba!
Êh, meu boi surubim, êh boi brabo!
Se ele foge de mim, eu o pego pelo rabo!
CORO 5:
– Olha os pampas do sul, São João,
o gaúcho com seu chimarrão!
Olha a estância apinhada de gauchada,
a tomar mate e correr eguada!
O boi cai com boleadeira e tudo!
Êta, divertimento macanudo!
Olha a gauchinha, prenda minha,
que vai dançar, pra gente apreciar!
CORO 6:
– Olha bem o nordeste, viajante:
dunas claras, soalheiras rubras,
o babaçu, a carnaúba.
Olha a rês mandingueira subindo o outeiro!
Cuidado! Tens boas alpercatas?
Há um pé de oiti coró entre os cactos chatos.
O vento dança um maracatu
com seu zumbe-zumbe.
Será mesmo um zumbido que está soando?
Ou será o Zumbi chamando?
CORO 7:
– Já mostramos nossa mostra,
já cantamos nosso canto,
mas o Brasil brasileiro, terra grande,
abre as portas para fora –
se espalha por todo canto.
Veio da França uma dança!
Vamos ver como se dança!
É a quadrilha do salão imperial,
e contradança era o nome oficial,
mas é mudança de palavra, é mudança sim!
Contradança quer dizer:
“COUNTRY-DANCE”!
É a dança do campo!
Vamos ver a quadrilha, pessoal!
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