18 de febrero de 2025

A Flauta Mágica – versão reduzida

 

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ópera de WA Mozart

versión de la traducción del libreto al portugués: Ruth Salles

 

LOS GRADOS

Mozart, genial compositor austríaco, nasceu em Salzburg, em 27 de janeiro de 1756, e faleceu em Viena, em 5 de dezembro de 1791. Dotado de grande precocidade musical, esse mestre é autor de muitas obras-primas, apesar de ter morrido tão cedo, antes de completar 36 anos de idade. “A Flauta Mágica” consta ter sido a última das obras do célebre compositor. Ela conta a história de um príncipe, Tamino, que, acompanhado de Papageno, um caçador de pássaros, vai em busca de sua amada Pamina, filha da Rainha da Noite e do grão-sacerdote Sarastro. Depois de várias peripécias, Papageno encontra uma velha que se transforma na jovem Papagena, enquanto Tamino e Pamina passam por provas de fogo e água, protegidos pela flauta mágica, a fim de serem purificados e de merecerem um ao outro. No fim, a Rainha da Noite, suas damas e Monostatos são expulsos, enquanto Tamino e Pamina recebem as bênçãos de Sarastro e de todos os sacerdotes do Círculo do Sol de Ísis e Osíris. O libreto original em alemão, desta ópera de influência maçônica, é da autoria de Emanuel Schikaneder. Para esta apresentação do 8o ano do professor Alpineu Brigagão, a tradução literal para o português foi feita pela professora de música Mechthild Vargas (Meca), graças a quem pude reescrever a parte falada e recompor os versos da parte cantada; ela também me ajudou na revisão de todas as árias, a fim de que o texto se ajustasse o melhor possível à música. A ela meus agradecimentos.

ruth salles

Nesta versão, os trechos falados foram encurtados, e algumas partes cantadas passaram a ser faladas, porém não em versos; a escolha das partes cantadas a serem faladas fica a critério da professora de música da classe.

ruth salles

CARACTERES

Sarastro, grão-sacerdote de Ísis e Osíris (baixo) ?
Rainha da Noite …………………………………(soprano)
Pamina, sua filha ……………………………….(soprano)
Tamino, príncipe oriental ……………………(tenor)
Papageno, caçador de pássaros …………(barítono)
Papagena (também é a Velha) ……………(soprano)
O Pregador ……………………………………….(baixo ?)
Primeiro Sacerdote ……………………………(parte falada)
Segundo Sacerdote …………………………..(tenor)
Terceiro Sacerdote …………………………… (parte falada)
Monostatos, mouro a serviço de Sarastro . (tenor)?
Primeira Dama da Rainha ……………….. (soprano)
Segunda Dama da Rainha ………………. (soprano)
Terceira Dama da Rainha ……………….. (meio-soprano)
Primeiro Gênio da floresta ………………. (soprano)
Segundo Gênio da floresta ……………… (meio-soprano)
Terceiro Gênio da floresta …………………(contralto)
Primeiro Homem de couraça ……………..(tenor ou barítono)
Segundo Homem de couraça ……………..(baixo?)
Três Escravos ………………………………… (parte falada)
Sacerdotes, Escravos, Comitiva ………. (parte falada)
(Las voces para acompañamiento o apoyo de cualquier canto individual quedan a discreción del profesor de música).

 

SINOPSIS SIGUIENDO LOS ESCENARIOS

 

PRIMER ACTO

Região rochosa – O jovem príncipe Tamino é perseguido por uma serpente. Ele desmaia, e as três Damas da Rainha da Noite matam o monstro. Voltando a si, Tamino vê chegar Papageno, caçador de pássaros, que afirma ter matado a serpente. Ao ouvirem isso, as três Damas reaparecem e fecham sua boca com um cadeado. A seguir, mostram a Tamino o retrato de Pamina, filha da Rainha da Noite. Tamino se apaixona. A Rainha surge como por encanto e lhe diz que sua filha foi raptada por Sarastro – um espírito maligno – e incita o príncipe a ir salvá-la. As três Damas entregam a Tamino uma flauta mágica que o protegerá, e dão a Papageno sininhos mágicos. Três Gênios da floresta deverão guiá-los.

Suntuoso aposento egípcio, no palácio de Sarastro, grão-sacerdote de Ísis e Osíris – Ali está Pamina, guardada por Monostatos e outros escravos. Monostatos se assusta com a entrada de Papageno e foge. Papageno consegue avisar a jovem da vinda de Tamino.

Bosque sagrado, onde estão o templo da Sabedoria e mais dois outros templos, que são o da Razão e o da Natureza – Tamino procura por Pamina. Do templo da Sabedoria surge um sacerdote que lhe fala da bondade de Sarastro, que Tamino julgava ser um homem mau. Tamino ouve soar a flautinha-de-Pã de Papageno e corre à sua procura. Papageno, por sua vez, vem trazendo Pamina, mas Monostatos agarra-os. Papageno e Pamina se libertam fazendo soar os sininhos mágicos. Sarastro chega com seu séquito. Ele explica porque mantém Pamina em seu palácio: para afastá-la da influência maléfica da Rainha da Noite.

 

SEGUNDO ACTO

Bosque de palmeiras e pirâmides – Sarastro e seus sacerdotes iniciados decidem submeter Tamino e Papageno às provas de purificação no templo de Ísis e Osíris. Pamina será o prêmio final para Tamino. Este e Papageno devem manter silêncio. Se Papageno vencer, também receberá uma companheira.

Jardim do palácio de Sarastro – Monostatos observa Pamina adormecida, mas a Rainha da Noite surge, e ele se esconde. A Rainha incita a filha a matar Sarastro e lhe entrega um punhal, desaparecendo em seguida. Monostatos, tendo ouvido a conversa, toma o punhal de Pamina e ameaça-a, caso ela recuse seu amor. Surge Sarastro, que tira o punhal de Monostatos e o expulsa dali. Ele explica a Pamina que em seus domínios a vingança é desconhecida, pois a jovem teme que ele se vingue de sua mãe.

Amplo vestíbulo – Tamino e Papageno são postos à prova do silêncio. Vem uma velha tentar conversar com Papageno, que não se contém e fala com ela. Tamino enfrenta corajosamente a tentação de falar com Pamina. Os Gênios lhes aparecem antes de Pamina e os encorajam e alimentam, devolvendo-lhes a flauta e os sininhos.

Recinto abobadado das pirâmides – Sarastro e os sacerdotes invocam Ísis e Osíris. Tamino vai passar por outras provas. Pamina vem dar-lhe o último adeus. Saem, e aparece Papageno, que não passou na prova do silêncio. Tudo o que deseja é comida, bebida e uma companheira. A velha reaparece e o convence a lhe prometer amor. Nisto, ela se transforma na jovem Papagena. Um sacerdote surge, porém, para dizer que ainda não é hora de Papageno merecê-la.

Pequeno jardim perto do templo – Pamina tenta matar-se com o punhal que a mãe lhe deu, mas os três gênios aparecem para dissuadi-la.

Montanha da cachoeira e montanha por onde sai fogo – Dois homens de couraça conduzem Tamino, que vai enfrentar as grandes provas do fogo e da água. Surge Pamina, e lhe é permitido partilhar das provas. A flauta os protege e, terminadas as provas, o coro os saúda.

Pequeno jardim perto do templo – Papageno, separado de Papagena, pretende matar-se, mas os três gênios aparecem e sugerem que ele faça soar os sininhos mágicos. Papagena surge então diante dele.

La Reina de la Noche, sus Damas y Monostatos intentan invadir el templo, pero son rechazados por un terrible trueno. Sale el sol. Coro final de alabanza a los vencedores ya Isis y Osiris.

 

APERTURA - ORQUESTA

PRIMER ACTO

La escena se desarrolla en una región rocosa; aquí y allá, algunos árboles; a ambos lados, colinas suaves; también hay un templo de forma circular.

Escena 1

Tamino, vestido con el traje de cazador japonés más rico, aparece detrás de una roca, sosteniendo un arco pero sin flechas. Una gran serpiente lo persigue. Luego entran las tres Damas de la Reina de la Noche.

(Parte cantada – Allegro):

TALLA:
"¡Alivio! ¡Alivio! ¡Nadie viene a salvarme! (Bis)
Morir bajo los dientes fatales de la serpiente... ¡Oh cielos, piedad!
Se acerca más… (bis)
¡Ya es tarde! ¿Nadie, nadie me librará?
¡Pido salvación! ¡Oh dioses, dadme protección!”

(Ele desmaia. Mas já se havia aberto o portal do templo, saindo de lá três damas veladas, cada uma com uma lança de prata.)

(parte hablada)

DAMA 1:
– Ohhhh!
DAMA 2:
– Depressa!
DAMA 3:
– Vamos salvá-lo!

(Elas cortam a serpente em três pedaços)

DAMA 1: – Está morta.
DAMA 2: – Morta por nossas mãos valentes!
DAMA 3: – E, graças a nós, este jovem foi salvo.

DAMA 1 (encantada com Tamino): – Como é lindo…
DAMA 2 (admirada, porém altiva): – Nunca vi um moço tão belo assim…
DAMA 3 (sonhadora): – É mesmo! Um encanto é o que ele é…

DAMA 1: – Ah, se um dia eu amar alguém, vai ser ele, só ele!
DAMA 2: – Vamos! Vamos contar à Rainha o que aconteceu aqui!
DAMA 3: – Quem sabe este jovem lhe devolve a paz que ela perdeu…

DAMA 1: – Sim, sim, vós ireis e eu tomo conta dele.
DAMA 2: – Nesse caso, quem cuida dele sou eu.
DAMA 3: – Não, não! Sou eu!
AS TRÊS: – Eu!

(Parte cantada – Allegretto)

DAMA 2: “Eu devo ir?” DAMA 3: “Eu devo ir?” DAMA 1: “Eu devo ir?” (bis)
DAMA 3: “Oh, não!” DAMA 2: “Oh, não!” DAMA 1: “Oh, não!”
AS TRÊS: “Oh, não! Eu, não! Eu, não! Eu, não! Eu, não!
Queriam todas só cuidar e esperar. Oh, não, não vão, oh, não, não vão,
pero juntos se irán. (Bis)
Mas juntas partirão.” (bis)

(parte hablada)

DAMA 3 (suspirando): – Daria tudo para esperar com ele…
DAMA 1 (suspirando mais fundo ainda): – Eu também…
DAMA 2: – Mas já que não pode ser… vamos embora todas juntas. Adeus, meu lindo jovem!
DAMA 3: – Ah, mas eu hei de te rever! Adeus!
DAMA 1: – Adeus! Eu volto logo, logo!

(As três transpõem o portal do templo, que se abre e fecha por si. Tamino volta a si e olha ao redor, amedrontado, erguendo um pouco o corpo)

PARTE HABLADA

(Tamino vuelve en sí y mira a su alrededor con miedo.)

TAMINO: – ¿Dónde estoy? ¿Estoy soñando? ¿O algún poder superior me salvó? (se levanta y mira a su alrededor) ¿Pero cómo? ¿Está muerta la serpiente malvada a mis pies? (Se escucha a lo lejos una flauta de pan, que la orquesta acompaña suavemente) Habla Pamino sobre el estribillo) ¿Qué estoy escuchando? ¿Donde estoy? ¿Qué lugar será este? Ah… (Una figura masculina se acerca al valle. Pamino se esconde detrás de un árbol.)

 

ESCENA 2

Tamino y Papageno. Durante la introducción de la orquesta, Papageno baja por un camino. Lleva una jaula grande con una variedad de pájaros en la espalda. Su ropa está forrada con plumas de arriba a abajo, y sostiene una flauta de pan con ambas manos.

(Parte cantada – 2. Andante)

PAPÁGENO:
“¡Feliz vivo cazando los pájaros, tra-la-la!
Y donde quiera que vaya, porque todos saben quién soy.
Eu sei mil modos de chamar as aves com a flauta… (toca a flauta de Pã)
Por eso puedo ser feliz, porque siempre tuve lo que quise. (obras de teatro)

¡Feliz vivo cazando los pájaros, tra-la-la!
Y donde quiera que vaya, porque todos saben quién soy.
Na rede nova que farei, as jovens todas prenderei… (toca a flauta de Pã)
Tan feliz que estaré así, con todos ellos para mí. (obras de teatro)

Las mujeres jóvenes de todo el lugar, si son mías, cambiaré
por muchos dulces que daré a uno solo, que amaré.
Entonces mil besos de amor seguro me dará... (toca la flauta de pan)
Mis brazos acariciarán a la joven con la que me casaré.” (obras de teatro)

(Después del aria, Papageno entra al templo, pero Tamino lo toma de la mano).

(parte hablada)

TAMINO: - ¡Eh, tú ahí!
PAPAGENO: – ¿Alguien me llama?
TAMINO: Sí, ¿quién eres tú, hombre feliz?
PAPAGENO: (para sí): – ¿Quién soy yo? (a Tamino): – ¡Qué pregunta más tonta! (en voz alta): – ¡Un ser humano como tú! ¿Y si te pregunto quién eres?
TAMINO: - Te respondería que tengo sangre noble.
PAPAGENO: – Esto es muy complicado para mí. Para que te entienda, tienes que explicarte mejor.
TAMINO: Mi padre es un noble, señor de muchas tierras y de muchos hombres. Por eso me llaman príncipe.
PAPAGENO: – Terras?… Homens?… Príncipe?…
TAMINO: Por isso eu te pergunto…
Papageno: Ei, devagar! Deixa que eu pergunte! Responde-me! Então além destas montanhas também há terras e homens?
TAMINO: - ¡Por miles!
PAPAGENO: Eso me facilita el comercio con mis pájaros.
TAMINO: – Ahora, respóndeme: ¿en qué región estamos?
PAPAGENO (mirando alrededor): – ¿En qué región? Entre colinas y valles.
TAMINO: – Está bem. Mas como se chama esta região aqui, e quem tem domínio sobre ela?
PAPAGENO: – Nem isso posso te responder, pois nem sei como vim ao mundo!
TAMINO: – ¿Cómo? (riendo) ¿No sabes dónde naciste o quiénes fueron tus padres?
PAPAGENO: Nada, nada. Lo único que sé es que fui criado y nutrido por un hombre muy viejo pero muy feliz.
TAMINO: Probablemente fue tu padre.
PAPAGENO: Eso no lo sé.
TAMINO: ¿No conocías a tu madre?
PAPAGENO: – Conhecer não conheci, mas várias vezes me foi contado que ela servis à Rainha da estrela chamejante, aí nessa casa fechada. Se ainda vive ou o que foi feito dela, eu não sei. Tudo o que sei é que não muito longe daqui fica a minha palhoça, que me abriga da chuva e do frio.

 

PAPAGENO – Ora essa, de comida e bebida.
TAMINO: ¿Y cómo consigues la comida?
PAPAGENO: — Por medio de un trato. atrapo las más variadas aves para la Reina de la Estrella Flamígera y sus damas; a cambio, recibo comida y bebida todos los días.
TAMINO (para si mesmo): – Rainha da estrela chamejante? Será essa a Rainha da Noite, da qual meu pai tantas vezes me falava? Mas, como vim parar aqui? Com certeza este homem também não é um ser comum; talvez seja um espírito a serviço da Rainha.
PAPAGENO (para si mesmo): – Hum… ele olha para mim de um jeito, que estou começando a ficar com medo. (para Tamino): – Por que olhas para mim com essa cara desconfiada?
TAMINO: Porque… não sei se és mesmo um ser humano. Com essas penas que te cobrem…
PAPAGENO: – Êi! Não digas que me tomaste por um pássaro! Para trás, anda! Tenho a força de um gigante quando agarrrro alguém! (para si mesmo): – Se ele não ficar com medo de mim, eu fujo!
TAMINO: – Força de gigante? (olha a serpente) Então foste tu meu salvador? Foste tu que lutaste contra esta serpente venenosa?
PAPAGENO: – ¿Serpiente? (mira a su alrededor y, tembloroso, retrocede unos pasos) ¿Está viva o muerta?
TAMINO: – Está bem morta. Mas como lutaste contra esse monstro sem armas?
PAPAGENO: – E eu lá preciso de armas? Um aperrrrtão de minha mão vale mais que uma arma!
TAMINO: – Então estrangulaste a serpente?!
PAPAGENO: – Estrrrrangulei! (para si mesmo): – Nunca, em minha vida, fui tão valente quanto hoje…

 

escena 3

Tamino, Papageno y las tres Damas.

AS TRÊS DAMAS (chamando e ameaçando ao mesmo tempo):
– ¡Papágeno! – ¡Papágeno! – ¡Papágeno!
PAPAGENO: – Isso é comigo! Olha aí atrás, meu amigo!
TAMINO: ¿Quiénes son estas señoras?
PAPAGENO: – Nem sei. Só sei que todos os dias compram meus pássaros e me trazem em troca vinho, pão e figos doces.
TAMINO: – E são bonitas?
PAPAGENO (caçoísta): Se fossem não cobririam o rosto com um véu.
AS TRÊS (ameaçando): – Papageno! – Papageno! – Papageno!
PAPAGENO (a Tamino, em voz baixa): – Quieto! Elas estão zangadas… (mais alto): – Queres saber se elas são bonitas? Nunca vi damas tão encantadoras! (a Tamino, mais baixo): – Logo estarão de bem comigo outra vez.
AS TRÊS (ameaçando): – Papageno! – Papageno! – Papageno!
PAPAGENO (para si mesmo): – Que será que eu fiz?! (às Damas): – Eis aqui, minhas belas, eu vos trouxe meus pássaros!
DAMA 1 (entrega-lhe uma botija de água): – Em troca, hoje a Rainha te manda água, em vez de vinho.
DAMA 2 (entrega-lhe uma pedra): – E esta pedra, em vez de pão doce.
PAPAGENO (choramingando): – Pedra para eu comer?!
DAMA 3: Y, en vez de dulces higos, tengo el honor de cerrarte la boca con este candado de oro. (se pone el candado en la boca)

(Papageno externa sua dor por meio de trejeitos)

DAMA 1: – Queres acaso saber por que a Rainha te castiga hoje?

(Papageno faz que sim com a cabeça)
DAMA 2: – É para que não pregues mais mentiras!
DAMA 3: – E para que nunca mais digas que praticaste um heroísmo que não praticaste.
SEÑORA 1: – ¡Contesta! ¿Fuiste tú quien peleó con esta serpiente?

(Papageno niega con la cabeza)

SEÑORA 2: Entonces, ¿quién era?

(Papageno encolhe os ombros e faz gestos de quem não sabe)

DAMA 3 (a Tamino): – Jovem, fomos nós que te salvamos. Nossa grande Rainha te envia esta pintura, que é o retrato de sua filha. Ela disse que, se esta imagem te cativar, a felicidade, a honra e a glória serão teu destino!
AS TRÊS (saem, rindo): – Adeus, senhor Papageno! Adeus, Tamino!

(Papageno senta-se numa pedra, desconsolado, fazendo mímica. Tamino olha o retrato e se apaixona a tal ponto, que nem dá atenção a Papageno)

 

escena 4

Tamino y Papageno

(Parte cantada – 3. Ária – Larguetto)

TALLA:
“¡Semblante puro, encantador!
¡Nunca había visto tal esplendor!
Siento, siento mi pecho
vibra… no sé que será (bis)
Lo que hace un sentimiento tan dulce
arde como fuego en mi pecho?
Tal sentimiento no será (bis)
¿amar? ¡Solo, sí, amor!

escena 5

Tamino, Papageno y las tres Damas.

(parte hablada)

DAMA 1: – ¡Ánimo y firmeza, muchacho guapo!
DAMA 2: – A Rainha imcumbiu-me de te dizer que Pamina…
TAMINO: – ¿Pamina?
DAMA 3: – Sim, esse é o nome da filha da Rainha…
DAMA 1: – … e a Rainha disse que se fores tão valente quanto afetuoso…
DAMA 2: – … sua filha Pamina será salva!
TAMINO: – ¿Salva? Pero, ¿qué estoy escuchando? Entonces tu hija...
DAMA 3: – … foi arrebatada dos braços da mãe…
DAMA 1: – … por um demônio poderoso e mau!
TAMINO: – Ó deuses! E como se chama ele?
AS TRÊS: – Sarrrrastro!
TAMINO: – Oh… Pamina! E onde mora esse tirano?
DAMA 2: – Em seu castelo…
DAMA 3: – … num vale bem próximo às nossas montanhas.
TAMINO: – Pois então avante, jovens! Guiai-me! Pamina será salva!

(Ouve-se imediatamente um trovão, que pode ser feito com tambor)

TAMINO: – Oh, deuses, que será isso? (ouve-se outra vez o trovão)
AS TRÊS (uma de cada vez): – É ela! – É ela! – É ela! (outro trovão)

escena 6

As três Damas, Tamino, Papageno e a Rainha. As montanhas se dividem, e a cena se transforma num suntuoso aposento. A Rainha se levanta de um trono todo enfeitado de estrelas transparentes.

(Parte cantada – Aria – Allegro Maestoso)

REINA DE LA NOCHE:
“¡No tendrás miedo!
Eres inocente, sabio, bueno.
Así consolarás mi pena,
que ves en estos ojos llorosos míos.
Tan grande es mi tormento,
mi hija se fue.
No tengo más contentamiento (bis).
Um malfeitor, foi ele quem a levou.”

(parte hablada)

TAMINO (inconformado e indignado): – Então ela não teve quem a socorresse? Isso não é possível!

RAINHA: – Eu vi seu sofrimento. Ela pediu socorro, e eu nada pude fazer.

TAMINO: – Ah, se eu estivesse lá… Então, ela implorou em vão…

RAINHA: – Sim, jovem… Meu poder de nada lhe valeu. Mas tu (aponta Tamino), tu serás seu salvador!

(A Rainha sai com as três Damas. Com escuridão e trovões, a cena se transforma no que era antes)

 

Cena 7

Tamino y Papageno.

TAMINO (depois de uma pausa): – Será mesmo verdade o que vi? Ó bondosos deuses, fortalecei meu braço e minha coragem, e o coração de Tamino baterá por vós em eterna gratidão!

(Tamino se va, pero Papageno se interpone en su camino.)

(Parte cantada – No. 5 – Quinteto – Allegro)

PAPAGENO (señalando con tristeza el candado en su boca):
“Hm hm hm hm, hm hm hm hm hm, hm hm hm hm, hm hm hm hm!”
TAMINO: “Este coitado castigado não pode mesmo mais falar.”
PAPAGENO: “Hm hm hm hm, hm hm hm hm hm, hm hm hm hm, hm hm hm hm”
TAMINO: “O meu poder de nada vale, somente posso lamentar.”
PAPAGENO: “Hm hm hm hm!” TAMINO: “O meu poder”
PAPAGENO: “Hm hm hm hm!” TAMINO: “de nada vale,”
PAPAGENO: “Hm hm hm hm!” TAMINO: “somente posso lamentar,”
(Tamino y Papageno cantan juntos):
PAPAGENO: “Hm hm hm hm, hm hm hm hm, hm hm hm hm,
hm hm hm hm, hm hm hm hm, hm hm hm hm!”
TAMINO: “somente posso lamentar (bis).”

 

Cena 8

Papageno, Tamino y las tres damas

(parte hablada)

DAMA 1 (a Papageno): – Em nome da Rainha, vim aqui te perdoar.
PAPAGENO: – Hm hm, ah! E eu tagarelo, tagarelo, tagarelo! (rodopia)
DAMA 2: – Contanto que não mintas mais.
PAPAGENO: – Eu prometo!
DAMA 3: – Não te esqueças do cadeado!
PAPAGENO: – Ah, isso, jamais!

DAMA 1 (dando a Tamino uma flauta dourada): – A Rainha manda-te…
DAMA 2: – … esta flauta de presente.
DAMA 3: – Ela traz boa sorte.
DAMA 1: – É só tocá-la por momentos…
DAMA 2: – … que o triste fica feliz…
DAMA 3: – … e o amor substitui o ódio.
TAMINO: – Oh! Agradecei a Rainha! Esta flauta vale mais que ouro!

PAPAGENO: – E agora, lindas Damas, posso me despedir?
DAMA 1: – Sim, mas irás junto com Tamino ao castelo de Sarastro.
PAPAGENO: – Ah, isso? Agradeço, mas não vou, não. Já soube que Sarastro é feroz e poderia depenarrr-me e assarrr-me e atirarrr-me aos cães!!!
DAMA 2: – Coragem! Seguirás Tamino e terás a proteção dele.
PAPAGENO: – Dele? Pois garanto que na hora ele vai sair correndo. E, afinal, a tarefa não é minha !
DAMA 3 (dando a ele um conjunto de sininhos): – Toma! Esta jóia é para ti. Quando tocares os sininhos, a sorte melhora .
PAPAGENO: – Oh, se posso tocá-los, então estamos protegidos.
AS TRÊS: – Sim, protegidos pelos sinos e pela flauta!
TAMINO: – Mas… como vamos saber onde é o castelo?

(Parte cantada – Quinteto – Allegro)

TRÊS DAMAS: “Três jovens belos, puros, sábios
guiará tus pasos.
o que disserem ouvireis
e seus conselhos seguireis.”
TAMINO e PAPAGENO: “Três jovens belos, puros sábios
irão guiar os nossos passos.”
AS TRÊS: “O que disserem ouvireis
e seus conselhos seguireis.”
TAMINO e PAPAGENO: “Assim fará quem quer vencer.
Partamos, pois! Até mais ver!”
OS CINCO: “Assim fará quem quer vencer.
Partamos, pois. Até mais ver!”
AS TRÊS: “Até mais ver!” OS DOIS: “Até mais ver!” (bis)

(Saem todos. As Damas por um lado, Tamino e Papageno pelo outro)

 

Cenas 9, 10 e 11
juntas numa só

Suntuoso aposento egípcio. Almofadas e tapetes. Monostatos. Pamina é trazida para dentro por escravos.

(parte hablada)

MONOSTATOS (para Pamina): – Aqui aos meus pés! Já!
PAMINA: – Oh, que tormento! Que farás comigo?
MONOSTATOS: – Talvez eu te mate, se te queixas tanto.
PAMINA: – Morrer não me importa!
MONOSTATOS: – Ah, é? (aos escravos): Acorrentai-a e deixai-a comigo!

(Os escravos prendem Pamina e saem. Ela desmaia.

 

Cena 12

Monostatos, Pamina, Papageno.

PAPAGENO (espiando para dentro sem ser visto): – Que lugar será este? Há alguém lá dentro… uma jovem… tão bela… tão pálida…

(Papageno entra. Ele e Monostatos se assustam um com o outro)

PAPAGENO e MONOSTATOS (apontando um para o outro): – Oooh! É o diabo! Que horror! Piedade! Tem dó de mim! Ui, ui, ui! (saem correndo, um para cada lado)

 

Cenas 13 e 14
juntas numa só

Papageno e Pamina

PAPAGENO (voltando, rindo): – Não sou um bobo qualquer que se deixa assustar, só porque um homem usa um turbante na cabeça e dois nas pernas. (vê Pamina) É ela! É a filha da Rainha da Noite!
PAMINA: – Rainha da Noite? Quem és tu?
PAPAGENO (todo importante): – Um emissário dela!
PAMINA (cheia de alegria): – De minha mãe? Que bom! Como te chamas?
PAPAGENO: Papageno.
PAMINA: – Pa-pa-geno… Lembro-me de ter ouvido esse nome, mas nunca te vi. Mas… conheces minha mãe?
PAPAGENO: – Se és a filha dela, sim, mas vou verificar (pega o retrato que Pamino lhe entregara). Olhos pretos? Sim, pretos. Lábios vermelhos? Sim, vermelhos. Cabelos louros? Sim, louros. Tudo corresponde, menos os pés e as mãos, que não constam do retrato.
PAMINA: – Dá licença? (olha o retrato) Sou eu, sim! Como isto veio parar em tuas mãos?
PAPAGENO: – Ora, de mão em mão. Um dia conheci um príncipe. Ele cativou tua mãe de tal maneira, que ela deu a ele o teu retrato e lhe ordenou que te libertasse. A decisão dele foi tão rrrápida quanto seu amor por ti.
PAMINA: – Amor? (alegremente) Ele me ama, então?
PAPAGENO: – Pois foi esse amor que fez com que viéssemos correndo, e ele me mandou na frente para te anunciar nossa chegada.
PAMINA: – Tu te arriscaste muito. Se Sarastro te visse aqui…
PAPAGENO: – Iria poupar-me a volta, posso imaginar. Então, vamos! Não temos um minuto a perder (Ele começa a lhe tirar as correntes).
PAMINA: – Tens um coração de ouro!
PAPAGENO: – Mas de que me adianta? Às vezes quero arrancar todas as minhas penas quando penso que Papageno não tem uma Papagena…
PAMINA: – Pobre homem… Mas, tem paciência. Os céus hão de te mandar uma companheira logo, logo.

(Parte cantada – No. 7 – Dueto – Andantino)

PAMINA:
“Quem sabe tão bem o que é amar
um bom coração também terá.”

PAPÁGENO:
“Mas quem estou a procurar
também devia me buscar.”

PAMINA e PAPAGENO:
“Eu quero só alguém amar,
só ao amor me dedicar (bis).”

PAMINA:
“Quem tem amor por sentimento
adoçará qualquer tormento.”

PAPÁGENO:
“O amor eleva a natureza
e lhe dá sabor e beleza.”

PAMINA e PAPAGENO:
“Seu alto fim se vê assim:
tornar melhor quem tem amor (bis).
Quem alguém souber amar (bis)
grande bem alcançará.
Quem alguém souber amar
grande bem alcançará.” (Os dois saem)

 

Cena 15

Um bosque. Ao fundo há um templo com a inscrição: “Templo da Sabedoria”. Ele leva a dois outros, passando por colunas. O da direita é o “Templo da Razão, o da esquerda é o “Templo da Natureza”. Três Gênios entram conduzindo Tamino; cada um tem na mão um ramo prateado de palmeira. Sacerdotes e o Pregador.

(Parte cantada – No 8 – Quarteto – Larguetto)

TRÊS GÊNIOS:
“Na verdadeira via, por ela seguirás valente.
porém também terás de ser bem quieto, firme, paciente.”

TALLA:
“Oh, revelai se vou chegar
minha Pamina a salvar!”

TRÊS GÊNIOS:
“A nós não cabe revelar.
Bem quieto, firme, paciente procura ser. Sê bem viril,
e vencerás, serás um homem (bis)! (os três Gênios saem)

 

(parte hablada)

TAMINO: – Este conselho está gravado em meu coração. (olhando em volta):
– Será aqui que vivem os deuses? Portais… Colunas… Ali são ensinados o trabalho, a prudência e todas as artes. Coragem! Meu intuito é bom e puro. Vou passar o portal! Treme, malfeitor! Vim livrar Pamina!

(Ele vai ao portal do lado direito, mas dele sai um sacerdote, ou ouve-se sua voz)

SACERDOTE 1: – Para trás!
TAMINO (espantado): – Para trás? Vou tentar o outro portal.

(Ele vai ao portal do lado esquerdo e acontece a mesma coisa)

SACERDOTE 2: – Para trás!
TAMINO (confuso): – Para trás? Outra vez? (olha ao redor) Ainda há um portal. Talvez por esse eu possa entrar.

(Ele bate. Aparece o Pregador – personagem que no original de Mozart e Schukaneder era denominado “Velho Sacerdote”)

PREGADOR (examinando Tamino): – Vens de longe. Que queres aqui neste santo templo?
TAMINO: – Conquistar a virtude e o amor.
PREGADOR: – Teu objetivo é elevado. Mas como vais alcançá-lo, se não é o amor que te move, mas sim a vingança?
TAMINO: – Só tenciono vingar-me de um malfeitor.
PREGADOR: – Não há nenhum em nosso templo.
TAMINO: – Não é aqui que Sarastro tem seu reino?
PREGADOR: – Oh, sim, Sarastro é nosso rei.
TAMINO: – Um rei tirano e cruel!
PREGADOR: – Tirano? Mas isso já te foi comprovado?
TAMINO: – Foi. Por uma desgraçada a quem ele fez sofrer.
PREGADOR: – E a palavra dessa dama te bastou?
TAMINO: – Então não é verdade que Pamina foi arrebatada de sua mãe?
PREGADOR: – Sim, isso é verdade.
TAMINO: – E então? Oh, céus, será que ela já foi sacrificada?
PREGADOR: – É meu dever calar. Nada posso dizer-te.
TAMINO (desesperado): – Nada?! Ah, só tenho escuridão em meu peito. Como, como livrar-me dessas trevas?
PREGADOR: – Buscando lá no templo, com amor e sem vingança! (Ele sai.)

(Parte falada e cantada – Tamino e coro invisível)

TAMINO (fala): – Ah… Quando virá a luz do dia banir a noite dos meus olhos?
CORO (canta): “Já, já, jovem, ou jamais!”
TAMINO (fala, assombrado, olhando em volta): – Já ou senão jamais? Ó invisíveis, revelai! Pamina ainda vive?
CORO (canta): “Pamina, Pamina vive, sim!”
TAMINO (fala, alegre): – Oh, sim, sim? Eu vos agradeço mil vezes! (pega a flauta e põe a mão no coração) – Ó deuses, se eu tivesse talento, faria um hino em vosso louvor!

(Ele toca, e aparecem variados animais para ouvi-lo, que fogem quando ele pára de tocar. Também aparecem pássaros com uma espécie de gorjeio)

(Parte cantada – Ária – Andante)

TALLA:
“Que poder e encanto tem teu som, ó boa flauta!
Boa flauta, se quiseras, até atrairias as feras (toca).
Que poder e encanto tem teu som! (toca)
Ó boa flauta, se quiseras, boa flauta, se quiseras,
até atrairias as… Mas só Pamina, só Pamina não vem,
só Pamina não vem (bis) (toca)

(parte hablada)

TAMINO: – Ouve, Pamina, ouve! (toca) Ela não vem…
Ah, se ela não vem, onde vou procurá-la? (toca)

(Papageno responde de dentro com sua flauta de Pã)

TAMINO: “Oh, é Papageno! (toca e ouve a resposta; toca novamente e Papageno responde de novo) Quem sabe ele a encontrou… Talvez estejam chegando. Quem sabe seu som me guiará! (Sai depressa)

 

Cena 16

Papageno e Pamina

PAPAGENO: – A valentia e a rapidez nos protegem. E, se Tamino aparecer, então será nossa salvação.
PAMINA: – És muito valente!
PAPAGENO (convencido): – Já sei o que faremos! (toca sua flauta de Pã e Tamino responde com a sua)
PAMINA: – Ah, que bom! Tamino ouviu e respondeu!
PAPAGENO: – Vamos depressa! Bem depressa! Bem depressa!

 

 

Cena 17

Papageno, Pamina, Monostatos, escravos e vozes de coro.

MONOSTATOS (entrando): – Bem depressa, bem depressa! Ha, eu vos peguei! E as correntes vêm chegando! (entram os escravos com as correntes) Eu, Monostatos, jamais serei enganado! Escravos, depressa!

PAMINA: – Ai, não temos salvação!
PAPAGENO: – Chiu… fala baixo! Quem não arrisca não petisca! Vou tocar meus sininhos.

(Papageno faz soar seus sininhos. Imediatamente, Monostatos e os escravos começam a dançar e a cantar.)

(Parte cantada – Allegro)

MONOSTATOS e ESCRAVOS:
“Sininhos soando, que lindo, que bom! Tra-la-lá, la-la-la-la-lá, tra-la-la-la-lá!
Eu nunca na vida ouvi som igual! Tra-la-lá, la-la-la-la-lá, tra-la-la-la-lá!” (bis)

(Vão saindo, dançando)

(parte hablada)

PAMINA: – Ah, quem tem sininhos assim, fica livre dos inimigos!
PAPAGENO (alegre e decidido): – Todos vivem felizes e na maior harmonia!
PAMINA: – Na maior harmonia e na maior amizade, porque só a amizade nos faz feliz.
PAPAGENO (suspirando, feliz): – E nos dá tanta paz…

(Ouve-se um som de tímpanos e trompetes.)

CORO (de dentro): – Louvor a Sarastro! Sarastro, salve!

PAPAGENO (assustadíssimo): – Que foi isso? Já estou tremendo de medo!
PAMINA: – Nossa sorte se acabou. É Sarastro que vem chegando!
PAPAGENO: – Sarrrrastro?!!! Ai, quem me dera ser um ratinho. Assim, ninguém me achava. E agora, que vamos dizer?
PAMINA (serena e corajosa): – A verdade! Apenas a verdade.

 

Cena 18

Papageno e Pamina. Cortejo do séquito de Sarastro; este surge por último, num carro de triunfo.

(parte cantada)

CORO do séquito (canta enquanto Sarastro sai do carro):
“Louvor a Sarastro! Louvor a Sarastro!
A ele submissos, felizes seremos!
Que possa tal sábio ser sempre feliz! (bis)
A ele honramos com todo o fervor, (bis)
com todo o fervor!” (bis)

 

(parte hablada)

PAMINA (ajoelha-se diante de Sarastro): – Esta fuga é culpa minha, senhor. Mas Monostatos tentou me seduzir… Foi essa a razão!
SARASTRO (levantando-a): – Acalma-te, querida, e alegra-te. Eu sei, mesmo sem me dizeres, que sentes grande amor por um jovem. Não vou impedir teu sentimento. Mas tens de esperar. Agora, não podes partir.
PAMINA: – Mas, e minha mãe, senhor?
SARASTRO: – Serias muito infeliz se eu te deixasse com ela.
PAMINA: – Para mim, seu amor é tão doce…
SARASTRO: – Mas seu poder é maligno!
PAMINA: – Oh…
SARASTRO: – Seu guia deve ser um homem. Sem ele, não cumprirás teu destino.

 

Cena 19

Os mesmos e mais Tamino e Monostatos.

MONOSTATOS (empurrando Tamino para dentro): – Anda, invasor! Para dentro! Aqui quem manda é Sarastro!

PAMINA: – É ele!
TAMINO: – É ela!
PAMINA: – Nem posso acreditar!
TAMINO: – Ah, vou abraçar o meu amor! Depois já posso até morrer!

(Os dois correm um para o outro e se abraçam)

MONOSTATOS (tentando separá-los): – Aaaahhh! É demais! (Ele se ajoelha diante de Sarastro): – Senhor, sou teu escravo dedicado. Mas este jovem insolente mandou aquele pássaro me espionar (aponta para Papageno, que estremece) e tentar roubar Pamina. E eu estava tomando conta dela tão bem…
SARASTRO: – Já vais receber uma recompensa justa. Ganharás…
MONOSTATOS (interrompendo e fingindo humildade): – Tua bênção me basta!
SARASTRO: – Pois ganharás… sete pauladas já!
MONOSTATOS (saindo aos pulos, conduzido para fora): – Ai, ai, ui, ui…

CORO (fala): – Só Sarastro pode dar castigo ou recompensa.

SARASTRO (fala aos sacerdotes do coro, indicando Tamino e Papageno): – Ao templo vós os levareis para passarem pelas provas e serem purificados. Cobri suas cabeças!

(Dois sacerdotes cobrem as cabeças de Tamino e Papageno com uma espécie de saco)

(Parte cantada – Coro – Presto)

CORO:
“Virtude e justiça
a grande senda cobrirão (bis)
de glória! (bis)
Aqui será o próprio céu, (bis)
serão divinos os mortais. (bis)
Aqui será o próprio céu, serão divinos os mortais, (bis)
divinos os mortais, (bis)
serão divinos os mortais,
sim, os mortais!”

 

SEGUNDO ACTO

Escena 1

A cena se passa num bosque de palmeiras. Seus troncos parecem de prata, as folhas, de ouro. No chão, sobre dezoito folhas, estão dezoito pirâmides e trompas grandes e pretas com incrustações de ouro. No centro está a maior pirâmide. Sarastro e outros sacerdotes entram a passos solenes, cada um tendo na mão um ramo de palmeira. A marcha que acompanha o cortejo é tocada por instrumentos de sopro. Sarastro, o Pregador e os Sacerdotes.

(No. 9: Marcha dos Sacerdotes.)

(Parte falada):

SARASTRO (após uma pausa): – Dirijo-me a vós, que vos consagrastes como servidores de Osíris e Ísis. Esta reunião de hoje é uma das mais importantes de nossos tempos. Tamino, filho de rei, deseja arrancar de si o véu noturno e contemplar o santuário da maior luz. Proteger este homem virtuoso, oferecer-lhe a mão amigavelmente, seja hoje um de nossos deveres mais importantes.

SACERDOTE 1: – Ele é virtuoso?
SARASTRO: – Sim, é virtuoso!
SACERDOTE 2: – E também sabe guardar silêncio?
SARASTRO: – Sim, também sabe!
SACERDOTE 3: – É benigno e amoroso?
SARASTRO: – Sim, é benigno e amoroso! Se o considerais digno, soprai três vezes nas trompas.

(Eles sopram. Ouvem-se três acordes.)

SARASTRO: – Sarastro vos agradece em nome da humanidade. Quanto a Pamina, foi destinada ao nobre jovem pelos deuses, e por essa razão eu a afastei da orgulhosa mãe. Esta mulher se julga poderosa e espera abalar a sólida estrutura de nosso templo, mas não o conseguirá! O próprio Tamino, junto conosco, deverá consolidá-la.

(Os acordes com as trompas são repetidos por todos.)

PREGADOR: – Grande Sarastro, será que Tamino vai resistir às duras provas que o esperam? Temo pelo jovem. É um príncipe.
SARASTRO: – Mais que um príncipe: é um homem! (ao Sacerdote 2): – Que ele e seu companheiro sejam introduzidos no átrio do templo. (ao Pregador): – E tu ensina-os a reconhecer o poder dos deuses!

(Repetem-se os três acordes. O Pregador e o segundo Sacerdote se afastam. Os outros se reúnem com seus ramos de palmeira.)

(Parte cantada – No. 10: Ária com Coro – Adagio)

SARASTRO:
“Osíris, Ísis, vinde dar
sabedoria ao novo par!
Se algum perigo vem depois,
força e paciência dai aos dois! (bis)

CORO:
Força e paciência dai aos dois!

SARASTRO:
Possam colher então os frutos;
mas se a morte vem buscá-los,
sua coragem recompensai
e que repousem junto a vós! (bis)

CORO:
E que repousem junto a vós!”

(Opção para este canto ser apenas falado):

SARASTRO: – Ó Osíris! Ó Ísis! Dai sabedoria a este novo par! Se algum perigo lhes vier, dai aos dois força e paciência!
SACERDOTES (solenemente): – Força e paciência!
SARASTRO: – Que eles possam colher os frutos de seu esforço! Mas, se a morte vier buscá-los, recompensai sua coragem deixando que eles repousem junto a vós!
SACERDOTES (solenemente): – Que eles repousem junto a vós!

(Sarastro sai na frente, seguido dos outros.)

 

escena 2

Pequeno átrio do templo, com ruínas de colunas desmoronadas, pirâmides e alguns espinheiros. Dos dois lados há portas praticáveis, de estilo egípcio antigo, que sugerem a existência de aposentos anexos. É noite. Soa um trovão ao longe. Tamino e Papageno são introduzidos pelo Pregador e pelo segundo Sacerdote, que os libertam dos sacos. Os sacerdotes saem.

(parte hablada)

TAMINO: – Que noite! Papageno ainda estás aí?
PAPAGENO: – Claro que sim, mas não me sinto nada bem nesta escuridão.
TAMINO: – Pelo visto, estás com medo.
PAPAGENO: – Não, não é medo! É só um frio gelado que desce pelas minhas costas. (troveja mais forte) Oh, céus, que será de mim?

escena 3

Tamino, Papageno. O Pregador e o segundo Sacerdote entram com archotes.

PREGADOR: – Forasteiros! Que vos impele a transpor nossos muros?
TAMINO: – Amizade e Amor.
PREGADOR (a Tamino): Tu! Estás disposto a arriscar a própria vida? Ainda está em tempo; um passo a mais e será tarde.
TAMINO: – Estou disposto. Sábios ensinamentos sejam minha vitória; e Pamina, minha recompensa.
PREGADOR: – Então, é a hora!

SACERDOTE 2 (a Papageno): – Por amor à sabedoria tu também queres lutar?
PAPAGENO: – Lutar não é comigo, e não aspiro a sabedoria alguma. Sou assim um ser na Natureza, que se contenta em dormir, comer e beber e, se possível, em conquistar o amor de uma mulher.
SACERDOTE 2: – Não o conseguirás se não passares pelas provas, não temendo nem mesmo a morte.
PAPAGENO: – A morte?! Fico solteiro.
SACERDOTE 2: – E se for para ganhares uma donzela virtuosa e linda?
PAPAGENO: – Fico solteiro.
SACERDOTE 2: – Mas… e se Sarastro te tiver reservado uma donzela igual a ti em tudo, até na vestimenta?
PAPAGENO: – Igual a mim? Ela é jovem? Como se chama?
SACERDOTE 2: – Ela é jovem e bela e se chama Papagena.
PAPAGENO: – Papa…
SACERDOTE 2: – Papagena.
PAPAGENO: – Papagena? E vou poder vê-la?
SACERDOTE 2: – Sim, mas só poderás falar com ela quando chegar a hora. Serás capaz de segurar tua língua?
PAPAGENO: – Oh, sim, sim!
SACERDOTE 2: – Então tu a verás.

PREGADOR (a Tamino): – Príncipe, também a ti os deuses impõem silêncio. Verás Pamina, mas não poderás falar com ela. É esse o início das provas.

(Saem o Pregador e o segundo Sacerdote.)

 

escena 4

Tamino y Papageno

PAPAGENO: – Êi! Trazei de volta as luzes! Ora! Sempre que esses senhores nos deixam, não se vê nada de olhos abertos.
TAMINO: – Suporta com paciência e pensa que isso é da vontade dos deuses.

escena 5

Tamino e Papageno. As três Damas, que surgem pelo alçapão.

DAMA 1: – Oh, estais aqui? Nunca mais podereis sair!
DAMA 2: – Tamino vai morrer…
DAMA 3: – … e Papageno está perdido!

PAPAGENO: – Ah, para mim já é demais, ó céus!
TAMINO: – Silêncio! Se falares estarás quebrando a lei.
PAPAGENO: – Mas, e se a morte nos pega?
TAMINO: – Quieto!
PAPAGENO: – Quieto, quieto, quieto, oh…oh…!

DAMA 1: – Nossa Rainha penetrou no templo secretamente…
PAPAGENO: – Ela está aqui?!
TAMINO: – Quieto!
DAMA 2: – Sem ela estais perdidos. Os dois!
DAMA 3: – Dizem que os sacerdotes são mentirosos…
TAMINO: – Que provas nos dais disso?
DAMA 1: – É o que dizem…
DAMA 2: – É o que todos dizem…
DAMA 3: – E dizem que quem se guiar por eles vai parar no inferno!
PAPAGENO: – Ooooh! Para mim já é demais! Será que é verdade?
TAMINO: – Essas mulheres são maldizentes. Pensa só em ficar quieto, pronto.
DAMA 1 (após o silêncio dos dois): – Tamino, por que não falas mais?
DAMA 2: – E tu também, Papageno?

(Tamino mostra, por meio de gestos, que não tem permissão de falar.)

PAPAGENO (tentando fazer com que Tamino não ouça) – Eu gostaria, mas…
TAMINO: (baixinho) – Não!
PAPAGENO: – Vós bem sabeis que meu mal é não poder ficar calado!
TAMINO: (baixinho) – Ora, domina-te! Que vergonha!

DAMA 3: – Fomos vencidas pelo silêncio dos dois. Vamos embora!

(As Damas já vão sair, quando os sacerdotes gritam de dentro.)

VOZES DOS SACERDOTES: – Profanam o solo sagrado!!

AS TRÊS (caindo no alçapão): – Oh, não! – Oh, não! – Oh, não!

(Um acorde terrível, com todos os instrumentos; trovão, raios e pancadas; dois trovões fortes.)

PAPAGENO: – Oh, não! (cai no chão, apavorado)

escena 6

Tamino, Papageno. O Pregador e o segundo Sacerdote, com archotes.

PREGADOR: – Tamino! Teu comportamento firme venceu. Mas ainda tens de trilhar alguns caminhos árduos e perigosos. (Põe-lhe o saco.) Agora, vem!
SACERDOTE 2 (a Papageno, caído no chão): – E tu? Levanta-te!
PAPAGENO: – Estou desmaiando…
SACERDOTE 2: – De pé! Junta tuas forças e mostra que és um homem!
PAPAGENO: – Mas, se os deuses já me destinaram uma Papagena, por que tenho de conquistá-la à custa de tantos sustos?
SACERDOTE (enfiando-lhe o saco): – Vem! Meu dever é conduzir-te.
PAPAGENO (espiando por baixo, choramingando): – Com tanta peregrinação, o amor pode acabar morrendo para sempre!

(Saem os quatro.)

 

Cena 7

Um jardim. Árvores plantadas em forma de ferradura. No centro, com rosas e outras flores, um caramanchão onde Pamina está dormindo. A lua ilumina seu rosto. Em frente, um assento de relva, de onde Monostatos se aproxima, sentando-se.

MONOSTATOS (olhando para todos os lados): – Que fogo arde em mim diante desta beleza! Se eu tivesse a certeza de não estar sendo espionado… um beijinho… acho que seria desculpável…

(Ele vai-se aproximando. Nisto, ouve-se um trovão. Ele se esconde depressa.)

 

Cena 8

Pamina, Monostatos. Ao som de um segundo trovão, a Rainha surge do alçapão do meio, de modo a ficar bem diante de Pamina.

MONOSTATOS (do esconderijo): – É a Rainha da Noite! Ai, se ela me vê…
PAMINA (acordando com o trovão): – Mãe! (cai em seus braços) Minha mãe!
MONOSTATOS (consigo mesmo): – Vou ficar ouvindo o que elas dizem…
RAINHA (severa): – Filha, onde está o jovem que enviei à tua procura?
PAMINA: – Ai, mãe, ele se retirou do mundo e está com os iniciados do templo.
RAINHA: – Então está perdido, e tu, filha, serás separada de mim para sempre.
PAMINA: – Não, mãe, tu me protegerás!
RAINHA: – Filha, não posso mais proteger-te. Teu pai, antes de morrer…
PAMINA: – Meu pai…?
RAINHA: – Sim, teu pai entregou aos iniciados o Círculo Solar de sete voltas. Esse poderoso Círculo Solar Sarastro o traz ao peito. E teu pai ainda quis que eu te entregasse à orientação desses sábios.
PAMINA: – Mãe, então aquele jovem está perdido para mim?
RAINHA: – Sim, a não ser que mates a Sarastro!
PAMINA: – Mãe!!! Mas… Sarastro é um homem bom, e meu próprio pai era ligado a esses sábios…
RAINHA: – Que estás dizendo? Vês este aço? Foi afiado para Sarastro. Tu vais matá-lo e me entregar o poderoso Círculo Solar!
PAMINA: – Mãe!!!
RAINHA: – Nem mais uma palavra!

(Parte cantada – No. 14: Ária – Allegro Assai)

REINA:
“Arde em meu peito o fogo da vingança,
sim, e a morte (bis)
arde em meu redor!
Não queres tu
matar, por mim, Sarastro, (bis)
por minha filha não te quero mais;
pois não serás
pois minha filha nunca mais serás!
Negados para sempre,
perdidos para sempre,
desfeitos para sempre
nossos laços naturais;
negados, perdidos, desfeitos
nossos laços naturais,
nossos laços, nossos laços naturais,
se tu, por mim, não matas a Sarastro!
Vós, ó deuses vingadores,
eis o que jurei!!” (Ela afunda no alçapão)

 

Cenas 9 e 10

Pamina, com o punhal na mão. Monostatos reaparece.

(parte hablada)

PAMINA: – Matar? Ó deuses, não posso fazer isso! Não posso!
MONOSTATOS (consigo mesmo): – A luz solar de Sarastro tem tanto poder assim? E esta linda jovem precisa matá-lo? Isto é sal na minha sopa!
PAMINA: – Ela jurou rejeitar-me se eu não erguer este punhal contra Sarastro. Ó deuses, que devo fazer?
MONOSTATOS (aparecendo): – Deves confiar em mim! (tira-lhe o punhal)
PAMINA (assusta-se e grita): – Oh!
MONOSTATOS: – Estás tremendo por causa do assassinato combinado?
PAMINA (timidamente) – E sabes disso?
MONOSTATOS: – De tudo. Por isso, vossas vidas estão agora em minhas mãos. Basta uma palavra minha a Sarastro… e sereis ambas afogadas na própria água da purificação! Portanto só tens uma saída para salvar a ti e a tua mãe.
PAMINA: – E qual é?
MONOSTATOS: – Amar-me!
PAMINA (assustada, falando consigo mesma): – Ó deuses, socorrei-me!
MONOSTATOS: – E então? Sim ou não?
PAMINA (decidida): – Não!!
MONOSTATOS (furioso): – Ou o amor, ou a morte! Tua vida está por um fio!
PAMINA: – Tem pena de mim, peço-te de joelhos! Não sabes que consagrei meu coração àquele jovem?
MONOSTATOS: – E que me importa? Fala! Sim ou não?
PAMINA (mais decidida ainda): – Nunca!

 

Cena 11

Pamina, Monostatos. Sarastro.

MONOSTATOS (puxa Pamina pela mão): – Anda, vamos! (Sarastro aparece e rapidamente o detém) – Ó senhor, sou inocente! Juraram matar-te, por isso quis vingar-me!
SARASTRO: – Tua alma é a própria escuridão, Monostatos. Sai já daqui!
MONOSTATOS (falando consigo mesmo e saindo): – Agora é procurar a mãe, pois com a filha não consegui nada.

 

Cena 12

Pamina e Sarastro.

PAMINA: – Oh, não castigues minha mãe! Foi sua dor pela minha ausência…
SARASTRO: – Sei de tudo… Sei que ela vagueia pelos subterrâneos do templo, tramando vinganças contra mim e contra a humanidade. Que o céu dê ânimo ao nobre jovem, e então serás feliz com ele, e tua mãe voltará ao seu castelo envergonhada.

(Parte cantada – No. 15: Ária – Larguetto)

SARASTRO:
“Quem vive em solo sagrado jamais se vingará;
se for do bem desviado, por bem retornará.
Por mão amiga vem feliz, pois voltará ao bom país.
Por mão amiga vem feliz, pois voltará ao bom país, (bis)
ao bom, ao bom país.

Atrás dos muros sagrados não há qualquer traição,
pois quem se sente magoado perdoa seu irmão.
Quem quer ser homem e vencer precisa antes merecer.
Quem quer ser homem e vencer precisa antes merecer, (bis)
precisa merecer.”

(Saem ambos.)

 

Cena 13

Amplo vestíbulo, onde pode funcionar o mecanismo voador, circundado de rosas e outras flores. Logo adiante se abre uma porta. Bem na frente do palco há dois assentos de grama. Tamino e Papageno estão sendo introduzidos ali pelo Pregador e pelo segundo Sacerdote.

(parte hablada)

PREGADOR: – Daqui por diante, estareis entregues a vós mesmos. Assim que a trombeta soar, iniciai vossa caminhada. – Príncipe, adeus! Nós nos veremos um pouco antes de chegares ao destino.
SACERDOTE 2: – Papageno, quem quebrar o voto de silêncio neste local será castigado com raios e trovões. Adeus! (Os dois saem.)

 

Cena 14

Tamino y Papageno.

(Tamino senta-se num dos assentos de grama.)

PAPAGENO (após uma pausa): – Tamino!
TAMINO (repreendendo-o): – Chiu!…
PAPAGENO (irônico): – Que vida divertida!… Preferia estar em minha choça ou na floresta, pois lá eu ouviria de vez em quando um passarinho assobiando!
TAMINO (repreendendo-o): – Chiiiu!…
PAPAGENO: – Com certeza posso falar comigo mesmo; e nós dois também podemos conversar um com o outro, já que somos homens.
TAMINO (repreendendo-o): – Chiiiiiiu!…
PAPAGENO (cantarolando): – Lalala-lalalá! Nem sequer uma gota d’água recebemos deste pessoal, quanto mais outra coisa.

Cena 15

Tamino e Papageno. Uma mulher velha e feia surge do alçapão, tendo na mão um pires com uma grande taça de água.

PAPAGENO (olhando-a por uns instantes): – Isto é para mim?
VELHA (com voz rachada e anasalada): – Sim, meu anjo!
PAPAGENO (olha de novo para ela; bebe): – Ó bela desconhecida, todos os hóspedes forasteiros são servidos assim?
VELHA: – São, sim, meu anjo!
PAPAGENO: – E, por isso, não há hóspedes aqui com freqüência…
VELHA: – Muito poucos.
PAPAGENO (caçoando): – Bem posso imaginar. Vem, velha, senta-te perto de mim, pois o tempo custa muito a passar. Responde: qual é tua idade?
VELHA: – Dezoito anos e dois minutos.
PAPAGENO: – Dezoito anos e dois minutos?
VELHA: – Sim!
PAPAGENO: – Ha-ha-ha! Êi, jovem anjo, também tens um namorado?
VELHA: – Claro que tenho!
PAPAGENO: – E ele também é jovem assim como tu?
VELHA: – Nem tanto. É dez anos mais velho.
PAPAGENO: – Dez anos mais velho? Que amor deve ser esse! E como se chama esse teu namorado?
VELHA: – Papageno!
PAPAGENO (assusta-se, pára um pouco): – Pa…Papageno? E onde está esse Papageno?
VELHA: – Está sentado aí, meu anjo!
PAPAGENO: – Seria eu esse teu namorado?
VELHA: – Sim, meu anjo!
PAPAGENO (pega água depressa e respinga no rosto da velha): – E como te chamas?
VELHA: – Meu nome é… (trovão forte; a velha sai mancando, depressa.)
PAPAGENO (assustado com o trovão): – Ooooh!
TAMINO (levanta-se e o ameaça com o dedo): – Chhiiuu!
PAPAGENO (apavorado): – Não falo mais! Não falo mais!

 

Cena 16

Tamino e Papageno. Os três Gênios aparecem no mecanismo voador. No centro põem uma mesa com várias iguarias. Um dos gênios traz a flauta. Outro, o conjunto de sininhos.

(Parte cantada – No. 16: Terceto – Allegretto)

TRÊS GÊNIOS:
“Pela segunda vez benvindos onde Sarastro é o rei,
eis vossa flauta e sininhos que novamente tocareis.
Se vos apraz, comei contentes; e mais contentes ficareis
quando nos virmos novamente na triunfal terceira vez.
Tamino, vai! Hás de chegar! Vai, Papageno! Sem falar!
Vai, vai, sem falar! (bis) “ (voltam para cima)

 

Cena 17

Tamino y Papageno.

(parte hablada)

PAPAGENO: – Tamino, não vamos comer?
TAMINO (começa a tocar sua flauta)
PAPAGENO: – Então continua a tocar tua flauta, que eu vou me servir. (come) Hum! O senhor Sarastro tem ótima cozinheira! (bebe) Aaahh… Isto é vinho dos deuses! (a flauta silencia.)

 

Cena 18

Tamino e Papageno. Pamina entra.

PAMINA (alegre): – Tamino! Ouvi tua flauta e corri na direção do som. Mas… estás tão triste… Não falas com tua Pamina?
TAMINO (suspira): – Ah… (acena para que ela se afaste.)
PAMINA (confusa): – Tamino, eu te ofendi? – Fala, Papageno, que há com ele?
PAPAGENO (com a boca cheia, acena para que ela se afaste): – Hm, hm, hm!
PAMINA: – Tu, também?
PAPAGENO: – Chiiiu! (acena para que se afaste.)
PAMINA (desolada): – Oh, isto é pior que a morte! (pausa) Tamino, meu amor!
PAMINA: – Ah, não sou mais a tua querida! Não tenho mais o teu amor!… Então… não tornaremos a viver aqueles bons momentos? Ó Tamino, vê este pranto que derramo só por ti! Se não sentes mais a minha falta, só morrendo terei paz! (ela sai)

 

Cena 19

Tamino y Papageno

PAPAGENO (comendo precipitadamente): – Também sei guardar silêncio quando necessário, não é, Tamino? (bebe) Um viva ao senhor cozinheiro e outro ao senhor bodegueiro!

(A trombeta soa três vezes)

TAMINO (faz sinal a Papageno para que se ponham a caminho)
PAPAGENO: – Vai na frente que eu já vou.

(Tamino vai se encaminhando para a saída do lado oposto.)

PAPAGENO: – Sair andando agora, quando meu apetite é dos melhores? Isso é que não! (ouvem-se trovões) Oh, misericórdia! Tamino, salva-me!

(Ele corre atrás de Tamino. Soa de novo a trombeta. Tamino acena para ele.)

PAPAGENO: – Já vou! Não te apresses tanto. Chegaremos bem a tempo de sermos fritos. Os dois! (Saem.)

 

Cena 20

Recinto abobadado das pirâmides. Sarastro, o Pregador e alguns Sacerdotes. Dois deles carregam nos ombros uma pirâmide iluminada; cada um dos outros tem na mão uma pirâmide transparente do tamanho de uma lanterna.

(Parte cantada – No. 18: Coro dos Sacerdotes)

CORO:
“Ó Ísis e Osíris, que ventura! A luz do sol venceu a noite escura.
O jovem nova vida principia. Logo nos seguirá na santa via.
E é tão bom, audaz, leal. (bis)
Sim, já vem! Seu valor é nosso bem, (bis)
nosso bem.” (bis)

 

Cena 21

Sarastro, o Pregador, Sacerdotes; Tamino, que está sendo conduzido para dentro.

(parte hablada)

SARASTRO: – Tamino, tua conduta, até agora, foi viril e serena, mas terás ainda de percorrer dois caminhos perigosos. Que os deuses te protejam! Dá-me tua mão! (reina silêncio entre os Sacerdotes) – Trazei Pamina!

(Pamina é introduzida com um saco igual ao que Tamino usou; ele é tirado.)

PAMINA: – Onde estou? Onde está Tamino?
SARASTRO: – Ele está aqui, para te dar o último adeus.
PAMINA: – O último adeus? Tamino!
TAMINO: – Afasta-te!
PAMINA: – Então não verei mais o meu amor?
SARASTRO: – Sim, logo mais irás revê-lo.
PAMINA: – Tamino! Há perigos mortais te esperando!
TAMINO: – Não temas, os deuses me protegem.
PAMINA: – Mas, tenho um mau presságio… E se não te salvas da morte?
TAMINO: – Se for essa a vontade dos deuses, desejo que ela se cumpra.
PAMINA: – Ah, se tu me quisesses como eu te quero, não dirias isso!
TAMINO: – Pamina, meu amor por ti é imenso, e sempre te serei fiel!
SARASTRO: – Vamos! Chegou a hora da partida.
TAMINO: – Chegou a hora, Pamina. Adeus!
PAMINA: – Oh, então deves mesmo partir?
SARASTRO: – Sim, ele deve partir! – Vai, Tamino! Cumpre teu dever!
TAMINO: – Adeus! Adeus, meu amor! Voltarei logo.
PAMINA: – Sim, sim, volta logo! Adeus, meu amor!
SARASTRO: – Até breve!
TAMINO e PAMINA: – Adeus! Adeus!

(Afastam-se)

 

Cena 22

Papageno.

PAPAGENO: – Tamino! Tamino! Vais me abandonar completamente? (dá uns passos) Se eu, pelo menos, soubesse onde estou… (bate à porta por onde Tamino foi levado).
UMA VOZ (fala bem alto): – Para trás! (ouve-se um trovão e um acorde)
PAPAGENO: – Deuses misericordiosos? Para onde ir? (bate à porta por onde entrou)
UMA VOZ (fala bem alto): – Para trás! (um trovão e um acorde, como antes.)
PAPAGENO: – Agora não posso ir nem para a frente, nem para trás! (chora)

 

Cena 23

Papageno e o Pregador, com sua pirâmide.

PREGADOR: – Homem! Tu merecias ficar vagando pela terra; mas os deuses bondosos te perdoaram. Em compensação, jamais sentirás as alegrias celestiais dos iniciados.
PAPAGENO: – Bom, há mais pessoas como eu. Um copo de vinho seria uma grande alegria para mim agora.
PREGADOR: – Não tens nenhum outro desejo neste mundo?
PAPAGENO: – Nem pensei nisso.
PREGADOR: – Receberás o que desejas (ele sai e, imediatamente, surge da terra um grande cálice de vinho.)
PAPAGENO: – Viva! Já está aqui! (bebe) Maravilhoso! Divino! Se eu tivesse asas podia até voar! Mas… sinto agora uma coisa estranha em meu coração. Eu queria… sim, mas o quê?

(Parte cantada – No. 20: Ária – Andante)

PAPÁGENO:
“Se for mocinha nova,
se nova já não for,
por ela Papageno
anseia com fervor. (três vezes) (em vez de cantar a segunda
parte, canta 3 vezes a primeira)
E se nenhuma delas
aceita meu amor,
o pobre Papageno
irá morrer de dor. (três vezes)

Que venha um beijinho
depressa me curar,
ou este pobrezinho
não pára de chorar!”

 

Cena 24

Papageno. A Velha entra apoiada em seu bordão.

(parte hablada)

VELHA: – Já estou aqui, meu anjo!
PAPAGENO: – Tiveste pena de mim?
VELHA: – Sim, meu anjo!
PAPAGENO: – Que sorte a minha!
VELHA: – E vou amar-te carinhosamente se me prometeres ser fiel. Vem, dá-me tua mão para selarmos nosso compromisso.
PAPAGENO: – Mas não sejas tão apressada, anjo querido! Preciso de tempo para pensar.
VELHA: – Papageno, não podes hesitar, senão ficarás preso aqui para sempre. Terás de renunciar ao mundo e passar a pão e água.
PAPAGENO: – Preso? Renunciar ao mundo? Beber água? Pois aí tens minha mão. Eu te serei sempre fiel. (para si mesmo) Enquanto não encontrar uma mulher mais bela…
VELHA: – Juras?
PAPAGENO: – Juro!

(Nisto a Velha tira a capa e o capuz e se transforma numa jovem vestida igual a Papageno.)

PAPAGENO: – Pa… Pa… Papagena! (ele quer abraçá-la)

 

Cena 25

Papageno. Papagena. O Pregador, que entra.

PREGADOR (entra e segura rapidamente Papagena pela mão): – Afasta-te daqui, minha jovem! Ele ainda não te merece! (arrasta-a para fora, e Papageno quer ir atrás) – Para trás! Senão…
PAPAGENO: – Antes ser tragado pela terra, que recuar! (ele é tragado) Ó deuses!

 

Cena 26

Os três Gênios, que descem. A cena se transforma num pequeno jardim.

(Parte cantada – No. 21: Terceto – Andante – trecho)

TRÊS GÊNIOS:
“O sol, em seu clarão dourado,
o dia vai trazer;
e vai o sábio dedicado
as ilusões vencer.

Oh, desce, vem até as almas,
ó doce paz, suave calma;
farás a terra celestial,
será divino o mortal (bis).”

(parte hablada)

GÊNIO 1: – Olhai! Pamina vem chegando…
GÊNIO 2: – Parece estar tão triste… e tão desesperada…
GÊNIO 3: – Ah… é porque pensou ter sido rejeitada por Tamino.
GÊNIO 1: – Vamos ficar aqui neste canto, observando-a, para poder ajudá-la no momento certo.

 

 

Cena 27

Os três Gênios. Pamina, que entra.

PAMINA (contemplando o punhal): – É com este punhal que vou casar!

GÊNIO 2: – Que frase terrível eu ouvi!
GÊNIO 3: – Ela está pretendendo morrer! (correm para ela)
GÊNIO 1: – Pamina, espera!

PAMINA: – Meu amor me abandonou… É melhor morrer do que sofrer tanto. Este punhal me foi dado por minha mãe… Ó mãe, tua jura foi fatal!

GÊNIO 2: – Pamina, ouve-nos. Sabemos que Tamino te ama e sofrerá com tua morte.
GÊNIO 3: – Vem conosco. Nós te mostraremos Tamino.

PAMINA: – Onde ele está? Onde ele está?

GÊNIO 1: – Nós te levaremos até ele.
GÊNIO 2: – Ninguém separa aqueles que se amam.
GÊNIO 3: – Os deuses protegem o amor verdadeiro. Vamos! (saem todos)

 

Cena 28

Tamino. Dois homens de couraça. Mais tarde, Pamina. Depois, o Coro.
A cena muda. Há duas grandes montanhas; uma delas tem uma cachoeira, onde se ouve ventar e zunir; a outra cospe fogo. Cada uma delas tem uma grade quebrada. Pelas frestas, vê-se o fogo ou a água. Naquela onde o fogo arde, o horizonte deve ser vermelho claro; naquela onde há água, paira uma névoa escura. O cenário é de pedras, e cada trecho é fechado com um portão de ferro.
Tamino, levemente vestido e descalço é conduzido para dentro por dois homens de couraça negra. Em seus elmos arde fogo. Eles lêem para Tamino a escrita transparente que há numa pirâmide. Esta pirâmide fica no meio, bem no alto, perto das grades que contornam a montanha.

HOMEM DE COURAÇA 1: – Ó peregrino, descarrega teu fardo, vencendo fogo, água, ar e terra.
HOMEM DE COURAÇA 2: – Quem vence o medo da morte sobe da terra ao céu e, iluminado, servirá nos mistérios de Ísis!
TAMINO: – Não tenho medo da morte. Eu busco a virtude. Abri vossas portas, que passarei pelos perigos! (Quer prosseguir)
PAMINA (de dentro): – Tamino, estou aqui!
TAMINO: – Será que é Pamina me chamando?
HOMEM DE COURAÇA 1: – É, sim, é Pamina.
HOMEM DE COURAÇA 2: – Agora, ela pode ir contigo. Estareis sempre juntos.
TAMINO: – E posso falar com ela?
HOMEM DE COURAÇA 1: – Sim. E vais com ela penetrar no templo!
HOMEM DE COURAÇA 2: – Ela não teme a morte. Merece ser iniciada.

(As portas se abrem. Tamino e Pamina se abraçam.)

PAMINA: – Tamino, que bom poder estar junto contigo!
TAMINO: – Pamina, mas corres o perigo de morrer ou de sofrer…
PAMINA (toma-o pela mão): – A teu lado, não tenho medo. E eu te guiarei com a luz do meu amor. Tocarás tua flauta, e ela nos protegerá. Ela foi lavrada por meu pai, de um carvalho milenar, numa noite mágica. Ela nos guarda de qualquer tormenta.

(As portas se fecham atrás deles; percebe-se que eles caminham, enquanto a flauta é tocada; ouve-se o crepitar do fogo, o uivar do vento, um trovão abafado. Assim que os dois saem do fogo, abraçam-se e ficam no meio.)

(Parte cantada – Dueto – Adagio)

PAMINA e TAMINO:
“Passamos através das chamas,
nenhum perigo nos venceu.
Da água, a flauta nos proteja!
Do fogo já nos protegeu.
Da água, a flauta nos proteja!
Do fogo já nos protegeu.”

(Ouve-se novamente a flauta, enquanto o par some em seu caminho. Logo reaparecem. Imediatamente abre-se uma porta e se avista o templo iluminado feericamente.)

(parte hablada)

TAMINO: – Ó deuses! Que visão de luz!
PAMINA: – É a paz de Ísis!…

CORO (fala solenemente): – Venceu! Venceu o nobre par! E triunfou de todo mal. Passai agora pelo portal do templo! Entrai! Já podeis participar do ritual!

(Todos se van.)

 

Cena 29

No jardim anterior. Papageno. Depois, os três Gênios. Mais tarde, Papagena.

PAPAGENO (chamando): – Papagena! (sopra a flautinha de Pã) Papagena! (sopra de novo e escuta) Ah, que tristeza… Tudo perdido, só porque eu falei demais! Foi erro meu, foi o vinho que eu bebi. Ah, que vida infeliz a minha! Que doce criatura é Papagena… e tão linda! Meu coração está ardendo. Sofrimento demais assim, só se cura com a morte… (Tira a corda da cintura.) Eu me enforco, já, já, no tronco daquela árvore. Boa-noite, mundo falso! (pensa um pouco) Em todo caso, vou contar até três. Se Papagena não aparecer, então que a vida se vá de uma vez! (sopra a flautinha e diz depressa) Um! (olha em volta e sopra de novo, mais devagar) Doois! (olha em volta demoradamente e sopra mais devagar ainda) Trêeees! Se é assim, assim será. (vai pendurar a corda no tronco)

(Os três gênios descem)

GÊNIO 1: – Ainda não, Papageno!
GÊNIO 2: – Espera! Pensa um pouco!
PAPAGENO: – Bem falado… Mas só quem sente este amor no peito é que me entende. Não há outro jeito! (volta-se para o tronco)
GÊNIO 3: – E teus sininhos? Tu te esqueceste deles? Começa a tocá-los que teu amor reaparece!
PAPAGENO (afobado, procurando os sininhos): – É, mesmo! Eu me esqueci dos sininhos! São minha última esperança!

(Parte cantada, ao som dos sininhos – Allegretto)

PAPAGENO (enquanto os três Gênios vão buscar Papagena):
“Ressoai, sininhos, meu amor trazei!
Tilintai baixinho, e ela logo vem.
Ressoai, sininhos, meu amor trazei (bis)!
Tilintai baixinho, e ela logo vem,
logo vem,
o meu amor, o meu amor!”

TRÊS GÊNIOS: “Repara bem ao teu redor!”

(Papageno olha ao redor; enquanto soa o ritornelo, Papageno e Papagena realizam uma cômica pantomima. Os três Gênios vão saindo.)

PAPAGENO: “Pa pa pa
PAPAGENA: Pa pa pa
PAPAGENO: Pa pa pa pa
PAPAGENA: Pa pa pa pa
PAPAGENO: Pa pa pa pa pa pa pa pa
PAPAGENA: Pa pa pa pa pa pa pa pa
PAPAGENO: Pa pa pa pa pa
PAPAGENA: Pa pa pa pa pa
PAPAGENO: Pa pa pa pa pa Papagena!
PAPAGENA: Pa pa pa pa pa Papageno!
PAPAGENO: Para mim encomendada.
PAPAGENA: Para ti encomendada.
PAPAGENO: E serás a minha amada…
PAPAGENA: E serás meu bem-amado,
meu bem-amado, meu bem-amado!
PAPAGENO: … ó bem-amada, ó bem-amada!
Oh, que bom, que bom será…
PAPAGENA: Oh, que bom, que bom será…
PAPAGENO: … se os céus abençoarem…
PAPAGENA: … se os céus abençoarem…
PAPAGENO e PAPAGENA: … e filhinhos nos mandarem! (bis)
Que pequenino há de ser meu bebê,
meu bebê, meu bebê,
que pequenino meu bebê,
e queridinho há de ser.

PAPAGENO: Vem um pequeno Papageno,
PAPAGENA: e a pequena Papagena,
PAPAGENO: e outra vez um Papageno,
PAPAGENA: e logo outra Papagena,
PAPAGENO: Papageno,
PAPAGENA: Papagena,
PAPAGENO: Papageno,
PAPAGENA: Papagena,
PAPAGENO e PAPAGENA: Papageno (a), Papageno (a).
PAPAGENA: Que alegria sentiremos…
PAPAGENO: Que alegria sentiremos…
PAPAGENA: … com tanta, tanta…
PAPAGENO: … com tanto Papapapageno, juntos
Papapapapapageno, Papapapapapa,
PAPAGENO e PAPAGENA: Papapapapapapapageno (a),
abençoados somos nós.
PAPAGENO: Que alegria sentiremos…
PAPAGENA: Que alegria sentiremos…
PAPAGENO: … com tanto, tanto…
PAPAGENA: … com tanta Papapapagena,
Papapapapapagena, Papapapapapagena,
Papapapapapagena…
PAPAGENO: Papapapapapapapageno…
PAPAGENO e PAPAGENA: … abençoados somos nós,
Papageno (a), Papageno (a),
Papapapapapapapapapageno (a),
abençoados somos nós,
abençoados somos nós (bis),
PAPAGENA: Papapapapapagena!
PAPAGENO: Papapapapapageno!
PAPAGENO e PAPAGENA: Papapapapapageno (a),
Papapapapapageno (a),
Papapapapapageno (a)!” (Os dois saem)

 

Cena 30

Monostatos, a Rainha e as três Damas saem dos alçapões com archotes nas mãos.

(parte hablada)

RAINHA: – Vamos penetrar no templo no maior silêncio.
MONOSTATOS: – Só uma palavra, Rainha. Juraste me dar tua filha como esposa.
RAINHA: – O prometido será cumprido. Fica sossegado.
DAMA 1: – Tu casarás com ela?
DAMA 2: – Com a filha da Rainha da Noite?!
DAMA 3: – Com Pamina??!!
RAINHA: – Sim. Eu prometi.

(Ouvem-se trovões abafados e rumor de água.)

MONOSTATOS: – Que barulho assustador!
RAINHA: – Façamos silêncio.
DAMA 1: – Os iniciados devem estar reunidos no templo…
DAMA 2: – E serão surpreendidos…
DAMA 3: – …por nós!
RAINHA: – Por minha espada flamejante!
MONOSTATOS: – Grande Rainha, é por ti que hoje nos vingamos desses homens piedosos!

(Ouvem-se fortes acordes, trovões, ventania)

RAINHA: – Nosso poder terminooou!! (gira, confusa)
MONOSTATOS: – Não há salvaçãaao! (gira, confuso)
DAMAS: – Seremos lançados na noite sem fiiim! (giram, confusas)

(Caem todos pelos alçapões)

Cena Final

No mesmo instante, todo o cenário se transforma num sol. Sarastro está num lugar elevado; Tamino e Pamina, com vestes sacerdotais. Ao lado de cada um estão sacerdotes egípcios. Os três Gênios têm flores nas mãos.

SARASTRO (solenemente): – O sol varreu as trevas da noite! O falso poder foi vencido!

(Parte cantada – Coro – Andante – Allegro, depois do quinto verso)

CORO: “Sejam exaltados
os iniciados,
na glória final!
Oh, oh, bendizei Osíris!
Oh, oh, a Ísis louvai!
A força triunfa! Que bênçãos trará!
Tão bela coroa perene será!
A força triunfa, a pura beleza
e a sabedoria vai coroar!
Tão bela coroa perene será! (bis)
A força triunfa! Que bênçãos trará!
Tão bela coroa perene será,
perene será, perene será!

FINAL

Sobre a escolha da peça

Para escolher uma peça com objetivo pedagógico, estude bem que tipo de vivência seria mais importante para fortalecer o amadurecimento de seus alunos. Será um drama ou uma comédia, por exemplo. No caso de um musical, é importante que a classe seja musical, que a maioria dos alunos toquem instrumentos e/ou cantem. Analise também o número de personagens da peça para ver se é adequado ao número de alunos.

Enviamos o texto completo em PDF de uma peça gratuitamente, para escolas Waldorf e escolas públicas, assim como as respectivas partituras musicais, se houver. Acima disso, cobramos uma colaboração de R$ 50,00 por peça. Para outras instituições condições a combinar.

A escola deve solicitar pelo email [email protected], informando o nome da instituição, endereço completo, dados para contato e nome do responsável pelo trabalho.

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