Projeto piloto
Realizou-se nas dependências da Escola de Comunicação e Artes da USP, dias 5, 12 e 26 de Abril de 2003, um seminário piloto para professores de escolas públicas de São Paulo, intitulado “O Teatro como Instrumento Pedagógico”. Participaram 24 professores de 2 escolas estaduais, 4 municipais, 1 particular e 4 entidades sociais.
Foi realizado em parceria com a Associação Educacional Labor, representada por nossas amigas Sílvia Pompéia e Margarida Gioielli (Magui), que muito nos ajudaram com sua experiência em assessorar escolas públicas e com seu entusiasmo por nosso projeto. As aulas foram ministradas pelas professoras Heloisa Borges da Costa e Ana Beatriz Bouças Janeiro Ghirello, ambas da Escola Waldorf Rudolf Steiner, pelo Professor Doutor Pedro Paulo Salles e pela professora Elisabeth Camargo Salles. Todos atuaram voluntariamente.
Conteúdo
Teatro na escola pública – depoimentos
Vivência prática:
Orientação-Localização espacial-temporal
Exercícios de audição, fala, dicção, recitação
Jogos sociais
Escolha e montagem de um pequeno texto
O teatro no currículo escolar – elementos e práticas
Uma visão do desenvolvimento do aluno
As diferentes faixas etárias e fases do crescimento
Como o teatro pode acompanhar o currículo escolar e favorecer a aprendizagem
A escolha do texto
A função da música no teatro pedagógico
O canto e a música instrumental como elementos dramáticos
O canto cênico: música e significação
A música instrumental: repertório, ambientação e narrativa.
Ensaio de algumas músicas do projeto Dom da Palavra e análise de seu contexto teatral.
Experiência adquirida e conclusões
1. Houve um claro interesse dos professores pelo tema do seminário. Embora a maioria dos professores residisse muito longe da USP, a frequência foi muito boa e o entusiasmo demonstrado durante o curso foi contagiante. Quando visitamos as escolas dos professores que participaram do seminário, vários outros colegas seus, que não estavam participando, pediram também peças de teatro para ensaiar com seus alunos.
2. Os seminários deveriam realizar-se perto do local de trabalho dos professores. Os participantes eram de escolas e entidades localizadas em vários bairros de São Paulo, a maioria da periferia, e muito distantes entre si, o que dificultou para que acompanhássemos de perto a aplicação das práticas, ensinadas no curso, pelos professores com seus alunos.
3. Seria importante que vários professores de uma mesma escola participassem dos seminários. Professores que fizeram o curso sem nenhum colega da mesma escola, não tiveram ânimo para começar sozinhos um trabalho diferente. Já os que vieram em grupos de 3 ou 4 da mesma escola tiveram mais força e coragem de ousar começar uma proposta nova.
4. Deveríamos dividir o curso por ciclo do ensino fundamental. Como este primeiro seminário foi aberto, inscreveram-se professores de classes de 1a a 7a séries, o que fez com que alguns momentos não fossem do interesse de todos. Quando tratávamos de aspectos pertinentes às classes de alunos menores, os professores das classes dos maiores não tinham tanto interesse, e vice-versa.
5. Os encontros poderiam ser realizados em intervalos maiores de tempo. Assim os participantes teriam mais tempo para aplicar em suas classes as técnicas ensinadas, e nos trazer suas impressões e dúvidas nas aulas subsequentes.
“Experiência associada a profunda reflexão
constitui um modo eficaz de atingir a sabedoria.”
(Platão)